Vacina na Dires e postos sem serviço em Ilhéus; falta um carro para transportar

 

Exclusivo. Não há vacinas nos postos de saúde de Ilhéus para atender a população infantil do município. Mas a causa do desabastecimento não é a falta do produto. Muito pelo contrário. Elas estão estocadas em grande quantidade na sede da 6a. Diretoria Regional da Saúde (Dires). O que falta é um carro, um simples carro, para transportar o medicamento e promover a distribuição nos postos da sede e  do interior do município.

Não bastassem os problemas com a logística, há um outro fato que preocupa a regularização do serviço: não há vacinadores. A grande maioria dos que trabalhavam no município era contratada. Foram demitidos nas primeiras horas do ano e os poucos concursados que restaram e atuam na vacinação estão "de folga" batendo papo nas recepções dos postos de saúde.

A reportagem do Jornal Bahia Online percorreu alguns destes postos. Em um dos principais pontos de vacinação da cidade, na Fundação Sespi, um cartaz informa que o serviço não está sendo prestado pelo fato de não ter enfermeiros e técnicos para aplicação da vacina. Lá o material não falta por que o posto funciona no mesmo prédio da 6a. Dires, onde há o estoque disponível e o abastecimento pode ser feito a qualquer hora do dia. Nos demais postos, como não há o transporte do material, não há vacina disponível, como a pólio, por exemplo.

A notícia sobre a falta de um veículo para transportar a vacina foi confirmada pela Técnica do Programa de Vacinação da 6ª. Dires, Cássia Menezes. Ela disse que pelo acordo estabelecido, cabe ao município promover a logística de abastecimento dos postos. "O papel do estado é fazer o meio de campo com o governo federal. O que posso assegurar é que a Dires tem o estoque disponível, falta a Prefeitura pegar", disse à reportagem do JBO.

O site tentou um contato com o diretor financeiro da secretaria municipal de Saúde, José Antônio Ocké, para saber se há alguma ação sendo programada para resolver o problema. Ele não atendeu a ligação, nem retornou. Para o presidente do Conselho Municipal de Saúde, Yolando de Souza, é inadimissível que isso esteja acontecendo. "Não vejo qualquer dificuldade que não possa ser superada para que o serviço não sofra descontinuidade. O que está acontecendo não se justifica", disse ao JBO.